HISTÓRIA E LENDA
S. Martinho
nasceu em território do império romano
na Sabaria da antiga Panónia que é hoje a Hungria , entre 315 e 317.
Foi o primeiro santo do ocidente a ter a sua biografia
escrita por um contemporâneo seu, o escritor Suplício Severo.
Martinho era filho de um soldado do exército romano e, como
mandava a tradição, os filhos deveriam seguir a profissão dos pais.
Estudou em Pavia, para onde a família foi viver e entrou
para o exército com 15 anos de idade, tendo chegado a cavaleiro da guarda imperial.
Professava a
religião pagã dos seus antepassados
romanos, a qual variava um pouco de
região para região, dada a imensidão do
Império.
As Gálias teriam os
seus deuses próprios, como os tinham a Germânia, ou a Hispânia.
Porém o jovem Martinho estava tocado pela doutrina
da caridade, pregada três séculos
antes, por um homem bom de Nazaré, assim
dizia.
Aqui começa a lenda:
Certo dia aconteceu um facto que o marcou a sua vida.
Numa noite fria e
chuvosa de Inverno, às portas de Amiens ( França), Martinho ia a cavalo,
provavelmente no ano de 338, quando viu um pobre com ar miserável e quase nu,
que lhe pediu esmola e Martinho que não levava consigo qualquer moeda, num
gesto de solidariedade, cortou ao meio a sua capa (clâmide) que entregou ao
mendigo para se agasalhar.
Os seus companheiros
de armas riram-se dele porque ficara com a capa rasgada.
Segundo a lenda, de
imediato a chuva parou e os raios de sol irromperam por entre as nuvens (…..)
sendo assim que surgiu o verão de S.
Martinho.
No entanto a História, que não põe de parte o episódio,
conta-o de outra maneira.
Martinho sofreu um doloroso castigo por ter desrespeitado o
exército a que pertencia, pois a capa que rasgou e deu parte ao mendigo não era
propriedade sua, mas do exército.
Por isso foi condenado, mais também porque a suspeita de
que era infiel à sua religião gerou a oportunidade de lhe aplicar o castigo.
E qual foio castigo? – Foi o de ficar despido e exposto ao público, preso a uma coluna,
durante uma semana.
Estava-se no mês de Novembro e o frio por aquelas bandas
era já muito, a condenação tinha em vista acabar com o criminoso que foi
condenado como um ladrão.
Mas, por razões que os meteorologistas melhor explicam, a temperatura que era
habitualmente gelada começou a aquecer. E assim Martinho se salvou de uma morte
certa.
E porque razão o vinho? - certo que era a época da colheita, mas
conta-se também, embora sem identificação de fonte, que o vinho que estava em
fermentação na altura, tinha sempre
grande dificuldade de desdobrar e não raras vezes perdia-se mesmo (assunto que
os enólogos melhor explicarão).
Com o fenómeno do aumento da temperatura o vinho desdobrou
e atingiu uma qualidade como nunca até ali tinha acontecido.
Narrado este episódio que associa
S. Martinho ao vinho e ao verão, interessa dizer mais alguma coisa sobre a vida
desta importante figura da História e do Cristianismo.
Martinho era de facto um militar que se transformou-se, num dos grandes apóstolos da mensagem cristã.
Consta que Constâncio I, o grande,
imperador e fundador da cidade de
Constantinopla, atual cidade de Istambul na Turquia, terá acreditado que o deus
dos cristãos propagado por Martinho, o
protegia mais que os seus deuses pagãos.
Por isso converteu-se à religião
cristã e mandou erguer templos cristãos
por todo o Império, entre muitos outros contam-se a basílica de Latrão e a Igreja de S. Pedro em Roma, e a Igreja do Santo Sepulcro em Jerusalém.
Martinho foi bispo da cidade
de Tours
e deixou uma vultuosa obra
à igreja católica.
As tradições do vinho de S. Martinho, da água-pé, das castanhas e
de outros frutos ligados à época, são ainda resíduos associados aos cultos
pagãos de louvor ao sol e à abundância, religião que Martinho praticava antes da sua conversão
ao cristianismo.
Texto de
Maria Luísa V. de Paiva Boléo , Retirado http://www.leme.pt/biografias/m/martinho.html / P.Cip
Dia 7....irei até à AUTITVE, ver se provo umas castanhitas....Será????
ResponderEliminarAndrade
É bonita a "Lenda" de S. Martinho....!!!!
ResponderEliminarEste ano vamos sentir a falta do tradicional almoço, que a Palmira sempre organizava com tanto carinho...
Beijinho
Albertina