terça-feira, 29 de outubro de 2013

O PÃO POR DEUS




O Pão por Deus é uma tradição  que vem do tempo dos romanos os quais  praticavam a religião pagã e  a disseminaram pelo mundo por onde passaram.

 A religião pagã festejava as quatro Estações do ano, Solstício de Verão e  de Inverno, Equinócio de Primavera e de Outono.

No Equinócio de Outono festejavam as colheitas e louvavam, por elas, ao Deus Sol.
           
A religião católica  dá  a essas quadras o sentido cristão, que inicialmente não tinham.

No princípio do cristianismo  os santos venerados eram apenas os mártires com as celebrações em seu louvor prestadas nos subterrâneos das catacumbas.

No século VIII o Papa Gregório III manda erigir na Basílica de S. Pedro em Roma, a  capela  dedicado ao Divino Salvador e a sua Santíssima Mãe, aos apóstolos e a todos os mártires e confessores. Começou por aqui a  prestar-se culto a todos os santos da igreja.

No século IX o Papa Gregório IV fixa a data desta religiosidade para 1 de Novembro, tornando-se então universal no mundo católico e constituindo uma das principais  solenidades da religião católica.

No final do século X  a Igreja Católica associa essas celebrações às de devoção   pelos fieis defuntos e orações pelo seu  eterno descanso, mas o povo não se dissocia das  tradições pagãs e continua a pratica-las ainda que não lhe dê  o sentido que elas inicialmente tinham.

Mais tarde, a Igreja  passou a devoção dos defuntos para o dia  2 de Novembro, ficando  o dia 1 dedicado a  todos os santos.

Separando esse dia do da devoção pelos defuntos, o povo continuou  a manter as antigas devoções pagãs, que festejavam a abundância das colheitas.
 
A tradição do  Pão por Deus está assim associada às praticas pagãs da abundância, práticas que a Igreja, com o tempo tem vindo a cristianizar, ensinando que, por Deus, os mais abastados repartam com os mais necessitados.

Instalou-se então  o costume de repartir as colheitas, engrossando nesse dia as esmolas e por esse acto caritativo alcançar merecimento de um lugar no céu, procedimento que fazia com que  a festa da abundância  fosse de todos.

O povo assim o interpretou e continuou, ainda que  de  modo diferente, a  praticar a tradição pagã, que ainda hoje prevalece.

O peditório do Pão por Deus, feito pelas crianças, à porta dos vizinhos e amigos, bem como o presente das broas ou iguarias equivalentes, não representam hoje qualquer  sinal de pobreza, nem tão pouco de culto Pagão ou Cristão, representam, antes, um sinal de que o povo se agarra a símbolos do passado, que completam  as suas vivências do presente, ainda que muitas vezes, sem dar qualquer importância às  suas origens, ou   ao que  tenham significado. 
                                                                                                                                 P.Cip







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