terça-feira, 29 de outubro de 2013

SÃO MARTINHO




HISTÓRIA  E  LENDA

 S. Martinho  nasceu em território do império romano  na  Sabaria da antiga  Panónia que é  hoje a Hungria , entre 315 e 317.
Foi o primeiro santo do ocidente a ter a sua biografia escrita  por um contemporâneo  seu, o escritor Suplício Severo.
Martinho era filho de um soldado do exército romano e, como mandava a tradição,  os filhos deveriam  seguir a profissão dos pais.
Estudou em Pavia, para onde a família foi viver e entrou para o exército com 15 anos de idade,  tendo chegado a cavaleiro da guarda imperial.
Professava  a religião  pagã dos seus antepassados romanos, a qual  variava um pouco de região para região, dada a imensidão do
Império.
 As Gálias teriam os seus deuses próprios, como os tinham a Germânia, ou a Hispânia.
Porém  o  jovem Martinho estava tocado pela  doutrina  da caridade,  pregada três séculos antes,  por um homem bom de Nazaré, assim dizia.

Aqui começa a lenda:

 Certo  dia aconteceu um facto que o marcou  a  sua vida.
 Numa noite fria e chuvosa de Inverno, às portas de Amiens ( França), Martinho ia a cavalo, provavelmente no ano de 338, quando viu um pobre com ar miserável e quase nu, que lhe pediu esmola e Martinho que não levava consigo qualquer moeda, num gesto de solidariedade, cortou ao meio a sua capa (clâmide) que entregou ao mendigo para se agasalhar.
 Os seus companheiros de armas riram-se dele porque ficara com a capa rasgada.
 Segundo a lenda, de imediato a chuva parou e os raios de sol irromperam por entre as nuvens (…..) sendo assim que surgiu  o verão de S. Martinho.
No entanto a História, que não põe de parte o episódio, conta-o de outra maneira.

Martinho sofreu um doloroso castigo por ter desrespeitado o exército a que pertencia, pois a capa que rasgou e deu parte ao mendigo não era propriedade sua, mas do exército.
Por isso foi condenado, mais também porque a suspeita de que era infiel à sua religião gerou a oportunidade de lhe aplicar o castigo.
E qual foio castigo? – Foi o de  ficar despido e  exposto ao público, preso a uma coluna, durante uma semana.
Estava-se no mês de Novembro e o frio por aquelas bandas era já muito, a condenação tinha em vista acabar com o criminoso que foi condenado como um ladrão.
Mas, por razões que os meteorologistas  melhor explicam, a temperatura que era habitualmente gelada começou a aquecer. E assim Martinho se salvou de uma morte certa.
E porque razão o vinho? -  certo que era a época da colheita, mas conta-se também, embora sem identificação de fonte, que o vinho que estava em fermentação  na altura, tinha sempre grande dificuldade de desdobrar e não raras vezes perdia-se mesmo (assunto que os enólogos melhor explicarão).
Com o fenómeno do aumento da temperatura o vinho desdobrou e atingiu uma qualidade como nunca até ali tinha acontecido.

Narrado este episódio que associa S. Martinho ao vinho e ao verão, interessa dizer mais alguma coisa sobre a vida desta importante figura da História e do Cristianismo.
Martinho era de facto um  militar  que se  transformou-se, num  dos grandes apóstolos da mensagem cristã.
Consta que Constâncio I, o grande, imperador e  fundador da cidade de Constantinopla, atual cidade de Istambul na Turquia, terá acreditado que o deus dos cristãos  propagado por Martinho, o protegia mais que os seus deuses pagãos.
Por isso converteu-se à religião cristã e mandou  erguer templos cristãos por todo o Império, entre  muitos  outros contam-se a basílica  de Latrão e  a Igreja de S. Pedro em Roma, e  a Igreja do Santo Sepulcro em Jerusalém.

Martinho foi bispo da cidade de  Tours  e  deixou uma  vultuosa obra  à igreja católica.

As tradições do vinho  de S. Martinho, da água-pé, das castanhas e de outros frutos ligados à época, são ainda resíduos associados aos cultos pagãos de louvor ao sol e à  abundância, religião  que Martinho praticava antes da sua conversão ao cristianismo.

                                  
Texto de Maria Luísa V. de Paiva Boléo , Retirado http://www.leme.pt/biografias/m/martinho.html  / P.Cip







2 comentários:

  1. Dia 7....irei até à AUTITVE, ver se provo umas castanhitas....Será????
    Andrade

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  2. É bonita a "Lenda" de S. Martinho....!!!!
    Este ano vamos sentir a falta do tradicional almoço, que a Palmira sempre organizava com tanto carinho...
    Beijinho
    Albertina

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